quinta-feira, 11 de junho de 2009

Tantos de Ti Que Eu Amo



São tantos de ti que eu amo
nos meus momentos de devaneio
que eu sinto que te traio
ora com um, ora com outro

aquele maroto que me crava os dentes
e me descobre os panos, num repente
deixando-me rubra de vergonha
(ou é o prazer que me incendeia?)

ou aquele, menos afoito, mais comedido
que vem chegando de mansinho
e me leva ao céu, devagarinho
num excitante tour pelas estrelas

ah, e o poeta que me escreve versos
tortos, desconexos, cheio de entrelinhas
diz que me ama quando me quer menina
e me chama china, quando me quer amante

ou o homem confuso, complicado
desligado, desleixado e esquecido
que se desculpa baixinho ao meu ouvido
enquanto comete em mim seus pecados

são tantos de ti que eu amo
e se te traio, ora com um, ora com outro
nos meus momentos de devaneio,
a todos de ti eu amo de uma só maneira:

LOUCAMENTE

Autor

Maria Teresa Albani (Maytê)

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