
Poeta tirano
Tens a alma de cigano
Danças no passo do tango
Todas as cruas mazelas da dor
Amas simplesmente o amor
No fundo não amas ninguém
Escreves as loucuras que na cabeça lhe vem
Dos versos és um refém
Sabes fingir muito bem
e enganar com galhardia a outrem
Vês a vida com como um jardim de flores
Brincas com as pétalas das cores
e a realidade que lhe convém
Poemas com sabor de mel
lambuzas nos guardanapos de papel
e os solta ao léu
para enfeitiçar alguém
Fantasias coloridas emoções
Causas tantas desilusões
provocas tantas paixões
não tem dó de ninguém
Sonhas com o erotismo da lua
Pensas em tê-la toda nua
e que ela é somente tua
pois é teu único bem
Gargalhas com a fria ironia
das insanas utopias
e dos amores que fizestes sofrer
Não sabes que nas esquinas do tempo
as tuas tiranias a vida não vai esquecer
que a tua taça de fel ainda vais beber
e com teu próprio veneno vais morrer!
Ai é que eu quero ver
as lágrimas deste poeta
como um terço de rezar
pelo seu rosto descer
e o seu estóico coração de dor gemer
Quem sabe enfim entender o que é
por amor padecer!
Autora Zena Maciel
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