segunda-feira, 1 de junho de 2009

De Grilos e Margaridas



(para Tahyane Rangel)

Irmã de Caminhada-em-Beleza:
No jardim da boa avó materna também viviam níveas e virginais margaridas...
Viviam, lá, tantas e tantas flores... Belas, formosas, mimosas, coloridas, perfumadas...

E, lá, naquele jardim Sagrado, naquele Santuário deste poeta
- então fascinado e quieto curumim - também viviam grilos...
com seus cri-cri gostosamente metálicos e misteriosos...

E viviam, ainda, pássaros coloridos, frágeis e canoros...
Inocentes prolongamentos de minha própria e cálida inocência...

Lá, escuta, minha amiga, viviam, ainda, meus bichinhos de estimação...
Companheiros de minha infância - tão infantis quanto eu...
Mesmo o mais velhinho - que finalizava sua Passagem
por este Plano da Existência - continuava criança e cotidiano
companheiro de minhas brincadeiras... de meus Sonhos infantis...

Sim, lá, ainda, por certo viviam Elementais que me encantavam...
E aquele "amiguinho imaginário"... Aquele Querubim... Aquela Fada...

Ah, minha amiga: foi lá - no jardim da boa avó materna -
que conheci minha primeira namorada... pequeninha como eu...
enigmática como eu... até de tez semelhante à minha.
.. Ah, e essa namoradinha até hoje me acompanha
e sopra muitos versos em meu coração... e cicia muitas rimas em minh'Alma...
Carochinha... é o nome dela... Ainda, hoje, quando caminho o Epílogo
desta dolente e saudosa Andança, ela voa... cantarola... saltita para mim
- em meu terreiro... Ah, um dia, sei: voarei com ela... para o Sempre...
E gozarei da Liberdade do Infinito... E ficarei, para sempre, com ela...
E, com ela, voltarei a ser aquele curumim, minha amiga...
Aquele que jamais imaginou que Deus lhe dera
- quem sabe, naquele encantado jardim - a Lira dolente e doce de poeta...
e as obrigações (inadiáveis!) de homem-comum...

É isso... minha amiga... Disseste sobre grilos e margaridas, hoje...
E, hoje, ainda, é o que te posso dizer de margaridas e grilos...
Que florescem e cantam nos escaninhos de minh'Alma...
no pote de Mel do coração... Esses compartimentos sensíveis e etéreos...
Onde guardo as verdadeiras Relíquias que garimpei nos leitos poéticos
e escabrosos da Existência: meus Eternos e Fiéis Amores!!

Autor J.J. Oliveira Gonçalves

Nenhum comentário: