terça-feira, 25 de agosto de 2009

Cerejas Brancas





De cerejas brancas,
de estrelas vermelhas de lábios azuis,
Era a tua voz.
Doce, docemente. Inocentemente.
Dizia palavras, dizia palavras...
Alucinações.
Monstros e promessas.
Magia, segredo. Artes do Diabo.
Reflexos tristes da luz que nos foge,
da luz que anda à solta e nos deixa presos.

Ouço a tua voz chamando, chamando...
Ah! nenhum de nós somos os culpados!
Docemente extinta. Inocentemente.
Um círculo da Lua rodeia teus braços,
Um raio de Sol te dirige os passos.
É a tua voz! de menino e moço!

Ah! quanta ternura tem a tua voz,
Quanto beijo que jamais fora dado,
Quanta linda festa que logo interrompida,
Quanto abraço que desejaste dar ...

Ouço a tua voz. É som ou desmaio?
É quebranto? É música? Sai do coração?
Ouço a tua voz, que respeita e ama,
Como irmão mais novo a irmão mais velho.

Diz-me que é inútil. Que essa tua voz
Não é verdadeira, porque sofrerás...
Embora me tragas, sem eu saber como,
Alguma alegria, um pouco de paz!

Queira Deus que tu, irmão meu, encontres
Alguém que ao ouvi-la, quando estiveres só,
Te ame e compreenda, te ouça e adormeça,
Te afirme que tens um lugar no mundo ...

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