quarta-feira, 9 de setembro de 2009

VIA LÁCTEA XXXI



Longe de ti, se escuto, porventura,
Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher murmura,
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...

Tal aquele, que, mísero, a tortura
Sofre de amargo exílio, e tristemente
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...

Porque teu nome é para mim o nome
De uma pátria distante e idolatrada,
Cuja saudade ardente me consome:

E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.

E as justas ambições que me consomem
não me envergonham: pois maior baixeza
não há que a terra pelo céu trocar;
e mais eleva o coração de um homem
ser de homem sempre e, na maior pureza,
ficar na terra e humanamente amar.

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