quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Uma Questão de Entendimento



Teoricamente é muito fácil chegar-se a um entendimento.
Contudo, não é tão fácil assim.
Quando duas ou mais pessoas tem opiniões divergentes,
o mais comum é abrir-se um debate, primeiro passo
para uma discussão, pois cada qual “é quem tem a opinião correta”.
Seja qual for o assunto em pauta, sempre todos é que estão certos.

Já por isso, costuma-se dizer que em questões de política,
religião e esportes, não se deve discutir, pois cada um tem
sua opinião, sua crença, e dificilmente deixar-se-á convencer
do contrário. Pode-se acrescentar à lista, também
preferências sexuais.

Nessas questões não há que se discutir,
pois são opiniões já formadas. Penso que nesses casos,
deve existir o famoso limite dos espaços e direitos.
Todos devem respeitar e ser respeitados.
Apenas em caso de dúvidas ou consultas,
será lícito externar-se uma opinião.

Cada qual tem sua verdade. Respeitemo-las,
para que as nossas também o sejam.
Acontece que no geral também há pessoas assim,
que pensam ser os donos da verdade, e as coisas
que decidem são aquelas e pronto.
Quem não está de acordo é burro.
É sua opinião que sempre deve prevalecer,
mas não é bem assim.

Cada verdade é uma verdade.
O que é certo para um, pode não ser para outro.
É uma questão de ponto de vista.

Acho muito interessante quando existe
divergência de opiniões, pois isso possibilita uma troca de idéias.
Claro quando as duas partes se dispõem
a um encontro pacífico de opiniões.

Quando existe mais do que um ponto de vista
sobre determinado assunto, é porque há alguma controvérsia,
a qual só poderá ser esclarecida com uma discussão amigável,
desde que ambos estejam propensos a esse entendimento.

O que não deve haver nesses casos é a intransigência.
Vejam o que diz a respeito nosso amigo D. Helder Câmara:
Se você diverge de mim, não é meu inimigo, me completa.
Claro que isso não quer dizer uma divergência total,
completa e sistemática.

Creio que o que ele quis dizer, é que se você tiver
alguma opinião diferente da minha, não deve calar-se,
deve manifestá-la, pois é conhecendo opiniões divergentes,
que poderei fazer uma análise, e assim, saber se
realmente a minha opinião é coerente.

Portanto por mais amigos que sejamos de uma pessoa,
sempre que não estivermos de acordo com seus atos,
devemos, de uma maneira educada, procurar mostrar
o erro em que ela está incorrendo.

Assim agindo, estaremos colaborando para a sua melhoria,
pois sempre que surgem opiniões confrontantes,
obriga-se uma análise, um melhor estudo.

Assim sendo, da mesma maneira que é sinal
de boa amizade fazer uma crítica construtiva,
também devemos saber receber uma crítica que nos é feita.

Nunca se deve ser totalmente refratário
a uma opinião discordante. Aceitemo-la e analisemo-la
para que possamos saber qual está mais correta,
ou mesmo chegar a um consenso.
Muitas vezes ambos, ou nenhum estão certos.
O correto será tirar-se uma média.
Para isso chama-se diálogo, entendimento.
Essa maneira de pensar e agir, também
é aplicável na vida conjugal.
Muitas vezes um dos conjugues passa a vida inteira
achando que o parceiro está errado em alguma coisa,
mas se cala, apenas para não contrariá-lo.
Assim agindo estará dificultando a vida conjugal,
pois o outro lado nunca vai saber que não vem
agradando com algumas de suas atitudes.

E um dia, os ressentimentos acumulados durante anos
vem à tona, e as coisas se complicam.
Esse é um dos motivos que levam muitos casais
a se separar depois de muitos anos juntos. A causa?
Simplesmente a falta da vontade, da coragem,
para expor sua opinião, e as mágoas ficaram depositadas.
E um dia, o depósito encheu...

Bem... se alguém não estiver de acordo... favor se manifestar.
Tenho certeza de que com uma coisa todos estarão de acordo.
É com meu desejo de que todos tenham
UM LINDO DIA


Marcial Salaverry

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