sábado, 12 de setembro de 2009
Cancioneiro (1)
Dá a surpresa de ser
É alta, de um louro escuro
Faz bem só em pensar em ver
Seu corpo meio maduro
Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem ter que haver madrugada
E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relêvo tapado
Apetece como um barco
Tem qualquer coisa de gomo
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?
Ferndo Pessoa
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